Federação de Coimbra do PS avoca processo de escolha de candidatos autárquicos em Condeixa-a-Nova

A Comissão Política Distrital da Federação de Coimbra do Partido Socialista (PS), reunida na noite de quarta-feira, aprovou por maioria (59 votos a favor, 3 contra, sem abstenções) a resolução que avoca o processo de designação dos candidatos autárquicos no concelho de Condeixa-a-Nova para as eleições Autárquicas de 2025.

A decisão baseia-se na resolução apresentada pelo Secretariado da Federação, ao qual compete, em especial, “acompanhar o processo de designação dos candidatos autárquicos municipais”, e estatutariamente propor à Comissão Política Federativa o uso da prerrogativa de assegurar o processo de designação dos candidatos concelhios com vista a garantir a estabilidade, a unidade partidária e o bom nome do partido.

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“Lamento profundamente não ter sido possível alcançar uma solução conjunta com a concelhia até ao momento, mas mantenho a convicção de que esta decisão é necessária para salvaguardar a unidade partidária e os ideais do Partido Socialista. Não é aceitável que enquanto eram feitos esforços incansáveis para encontrar consensos alargados, uma das partes tenha decidido avançar unilateralmente com uma decisão que fere gravemente a democracia interna do partido”, justifica João Portugal, presidente da Federação de Coimbra do PS.

A resolução é fundamentada num conjunto de nove fatores que demonstram a inviabilidade de um processo autónomo pela concelhia de Condeixa-a-Nova, nomeadamente a divisão Interna existente, a rutura de confiança na atual presidente da Concelhia, a impossibilidade de consenso e o compromisso com os ideais socialistas.

A concelhia do PS de Condeixa-a-Nova encontra-se fracionada após um processo eleitoral interno marcado por resultados com margens mínimas, com contestações ainda pendentes de decisões judiciais. “A mínima suspeita sobre processos eleitorais internos e a apatia ou a incapacidade dos órgãos partidários para promover o sistema democrático – que começa internamente -, só conduzem à desconfiança geral no sistema partidário, no sistema democrático e à crescente desconfiança dos eleitores, sendo necessário tomar as decisões adequadas à defesa da democracia, começando internamente”, sublinha João Portugal.

O presidente da Federação de Coimbra acrescenta ainda que “é difícil compreender que uma presidente de concelhia eleita nas condições que são publicamente conhecidas, através de expedientes de secretaria que obrigaram a entregar nas mãos da Justiça um desfecho que honre os regulamentos e os valores do partido, queira precipitar-se unilateralmente, à revelia dos órgãos distritais do partido, numa candidatura à Câmara, inclusivamente desrespeitando as conversações com a estrutura federativa, das quais resultava a possibilidade de realização de sondagens ou o encontro concertado de uma terceira via, consensual e unificadora, em nome dos interesses do Partido Socialista”.

Lamentando a “quebra de confiança” e a “irresponsabilidade” por decisões que só agravam a “polarização de militantes, simpatizantes e eleitores, e dificultam a identificação de uma candidatura unificadora”, João Portugal lembra que “a lealdade e o respeito entre estruturas – essenciais ao bom funcionamento do sistema democrático – são imprescindíveis para assegurar o bom nome do PS e uma escolha democrática e agregadora”.

Com esta tomada de decisão de avocar o processo de designação dos candidatos às Autárquicas 2025 em Condeixa-a-Nova, a Federação Distrital do PS assume a responsabilidade de auscultar todas as partes, continuar a dialogar com os agentes locais, incluindo a concelhia e secções, os eleitos locais e membros das listas concorrentes na eleição concelhia.

Dentro deste cenário, a Federação compromete-se a encontrar aquela que seja a melhor solução, designando um candidato à Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova que una o maior número possível de militantes, simpatizantes e eleitores, ultrapassando divisões internas e promovendo uma candidatura forte, capaz de garantir a vitória autárquica em 2025.

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